Este é o meu relato sobre a viagem a San Ramón para visitar os crentes afetados pelo maior incêndio que já tivemos no Chile, durante o mês de janeiro de 2017.
Depois de conversar com o irmão Elias Gonzalez, pastor do Tabernáculo de San Ramón e combinar uma visita para vê-lo e sua igreja, preparamos muitas caixas e pacotes com comida, água, artigos de higiene, sacos de farinha e pão fresco para os crentes.
Realmente achamos que os incêndios estivessem sob controle nas regiões de Santa Olga, San Ramón e Empedrados. Estimamos chegar lá no máximo em três ou quatro horas.
Na manhã de segunda-feira, depois de três horas dirigindo de Penco para o norte pela rodovia 5, chegamos a Villa Alegre e viramos na direção oeste para chegar a Santa Olga. Havia uma longa fila de veículos esperando na estrada, e havia policiais perguntando aos motoristas qual era o seu destino. Dissemos a eles que íamos ver amigos e irmãos de fé em Santa Olga e San Ramón. Disseram-nos que a estrada estava fechada porque os incêndios tinham começado outra vez e era perigoso continuar. Ficamos realmente decepcionados e lhe perguntamos se havia outra rota possível para se chegar lá. Ele nos disse que poderíamos ir para o sul, novamente para Cauquenes, virar para o oeste e, em seguida, dirigir para o norte pela costa até Constitución, e chegar a Santa Olga. Fizemos isso e levamos mais quatro horas para chegar lá. Quando começamos a nos aproximar de Santa Olga pelo oeste, alguns soldados nos disseram que era impossível chegar lá, visto que os incêndios estavam intensos e que só podíamos ir para San Ramón. Ligamos para o irmão Elias e ele nos disse que nos encontraria lá.
Foi uma verdadeira bênção vê-lo e alguns dos crentes que estavam com ele. Apertar suas mãos e abraçá-los foi um bálsamo para seus espíritos cansados e um privilégio para nós. Podíamos ver a fadiga e a exaustão em seus olhos e rostos, visto que estiveram lutando e fugindo do fogo durante os últimos 7 dias. O cheiro de árvores carbonizadas e cinzas era forte juntamente com a fumaça ainda presente em toda a região.
Explicaram-nos como alguns dos crentes moravam em Santa Olga e foi lá que as 12 casas dos irmãos foram queimadas pelo fogo. O tabernáculo e as casas de outros crentes estavam em San Ramón e foram preservadas pela poderosa mão do Senhor. Foi incrível ver as árvores queimadas em todo o entorno das casas dos crentes e notar como as chamas pararam exatamente onde estavam.
Descarregamos nossa carga na igreja e eles nos convidaram para uma expressão inesperada e não solicitada da hospitalidade do sul. Eles tinham o almoço preparado para nós. Mesmo nas situações mais difíceis e com falta de comida para si, eles estavam prontos para compartilhar e nos acolher. Estas são coisas que só podemos encontrar entre os membros da Noiva de Cristo.
Contaram-nos como combateram o fogo durante dias e noites com baldes de água, usando pás para jogar terra nas chamas até o último momento, quando viram que o fogo ia devorar suas casas e o tabernáculo. Eles oraram ao Senhor, e correram por suas vidas deixando suas posses para o fogo.
Os crentes correram para a cidade de Constitución e ficaram junto à praia, tentando descansar e encorajar uns aos outros, constatando que mesmo falar era um grande esforço naquele momento.
Um dos irmãos disse ao pastor que tinha encontrado uma dona de restaurante que estava disposta a abrigá-los durante a noite e lhes dar algo para comer.
Enquanto estavam sentados no restaurante, o irmão Elias sentiu em seu coração ler uma Escritura para encorajar a congregação cansada e maltratada. Ele abriu a Bíblia em Atos 27 e leu sobre Paulo no naufrágio. Ele leu como Paulo os exortou a terem bom ânimo, pois não haveria perda da vida, mas somente do navio. O irmão Elias lhes disse que talvez as casas fossem consumidas pelo fogo, mas a vida de todos tinha sido poupada pelo Senhor. Ele continuou a ler o capítulo até o versículo 26, onde diz: “É, contudo, necessário irmos dar numa ilha.”
O irmão Elias notou como a dona do restaurante, que era incrédula, estava sorrindo quando ele leu este versículo. Mais tarde ela veio e disse ao irmão Elias que realmente gostou da história que ele tinha lido para sua igreja. Ela lhe disse que tinha gostado especialmente da parte em que dizia que todos seriam poupados e que chegariam a uma ilha. Ela apontou para cima e disse: “Reparou no nome do meu restaurante?” O irmão Elias olhou para cima e a placa dizia “Restaurante A Ilha.” Os irmãos e irmãs se alegraram grandemente quando viram isso. Foi um sinal de que o Senhor estava atento a eles nesta terrível situação, escrevendo novamente o Livro de Atos.
Eles nos confirmaram a informação que havíamos recebido de que 12 casas de crentes haviam sido completamente queimadas, e que eles perderam absolutamente tudo o que possuíam. Alguns crentes tinham trazido roupas para eles, mas era de comida que eles estavam necessitados agora, e era exatamente o que o Senhor tinha provido no momento exato.
Mesmo 7 dias depois que os incêndios começaram, eles ainda estavam observando de perto o fogo e a fumaça subindo a oeste de suas casas, uma vez que grandes incêndios podiam começar a qualquer momento.
Depois de algumas horas de companheirismo e até mesmo de cantar alguns louvores ao Senhor, nos despedimos deixando uma oferta de amor com eles, e nosso voto de continuar a orar por eles e suas preciosas almas neste momento difícil de perigo.
Eles ficaram particularmente emocionados ao saber que quarta-feira passada, no pior momento desses incêndios, os crentes no Tabernáculo Branham e aqueles que leram o branham.org ao redor do mundo estavam orando por eles. Eles consideram as orações dos santos, bem como a graça de Deus, serem eficazes e suficientes para eles no momento mais terrível desta prova de fogo.
Nossos irmãos e irmãs continuam lutando contra o fogo enquanto vocês leem este relato.
Por favor, mantenham-nos perante o Senhor em suas orações.
Deus os abençoe!
Jefte Quian
GVD Chile