Meu nome é Lisa, nasci em uma pequena cidade perto de Amarillo, Texas.
Cresci em um lar não cristão, muito abusivo e onde as drogas eram muito usadas. Meus pais brigavam diariamente. Nunca os vi demonstrarem afeto um pelo outro e como meu pai era viciado em drogas, ele não conseguia permanecer em emprego algum. Por isso, nunca moramos no mesmo lugar por muito tempo.
Quando a situação ficava muito difícil, mudávamos para San Diego na casa da minha avó por parte de mãe, até a situação melhorar. Minha família tem cinco pessoas e a da minha avó tem seis. Então, quando morávamos com ela, eram onze pessoas amontoadas em um apartamento de um quarto.
Crescer nesse ambiente fez com que me tornasse adulta muito rápido, e não me permitiu ter infância. Estava sempre em um ambiente de preocupação e incerteza; questionando se íamos nos mudar novamente ou o que comeríamos no dia seguinte. Foi assim até meus 9-10 anos.
Quando voltamos a Amarillo, minha mãe já não aguentava mais os abusos físicos e o uso de drogas do meu pai, então o colocou na cadeia e se divorciaram. Então, voltamos para San Diego para morar com minha avó. Ela desprezava meu pai por deixar minha mãe numa situação tão difícil, então descontou em mim quando fui morar com ela. Ela me batia por parecer com ele e fazia questão de dizer que eu não seria nada e que ninguém me amaria.
Tendo passado por isso, disse a mim mesma que um dia eu seria alguém, e não deixaria a minha infância determinar minha vida. Assim, estudei com afinco na escola. Só tirava notas excelentes e ia muito bem. Fui a primeira pessoa da minha família a cursar uma universidade de quatro anos. Mas meu coração ainda não estava no lugar certo.
Ainda sentia muita raiva e dor. O que me levou a ser amargurada e não me importar com nada, especialmente comigo. Não sabia como amar, e estava sempre alerta, nunca confiava ou me abria com ninguém. Eu definitivamente não conhecia a Deus. O pouco que conhecia sobre Deus era por causa da Páscoa ou Natal e outras ocasiões especiais.
Meu pai nos levava a uma igreja católica. Sinceramente, esses foram alguns dos momentos mais felizes da minha infância porque minha família estava em harmonia. Quando cresci, preenchi minha vida com álcool, drogas, jogos de azar e festas para reprimir meus sentimentos. Eu só continuava piorando. Quando estava na pior condição, conheci meu namorado, que agora é meu marido, em um ônibus adaptado para festas.
Começamos a namorar e ele também se tornou meu cabeleireiro e começou a cortar meu cabelo. Ele raspava um lado da minha cabeça onde fazia desenhos. Uma vez, enquanto o aguardava para cortar o meu cabelo, vi um casal de idosos no canto da barbearia de mãos dadas e sorrindo. Era muito estranho ver um casal tão feliz e apaixonado, porque nunca tinha visto isso. Porém, havia algo que não me deixava parar de pensar a respeito deles enquanto Marcos cortava meu cabelo.
Perguntei-lhe se conhecia aquelas pessoas idosas no canto e ele disse que eram os pais dele. Nunca imaginei que fossem os pais dele, porque eram o oposto da vida que ele vivia. Achava que ele tinha crescido em um lar como o meu. Ele nunca havia falado comigo sobre sua família ou passado, então quando me disse que eram seus pais, fiquei confusa.
Bem, continuamos nosso namoro com idas e vindas até que finalmente terminamos, pois discutíamos e brigávamos muito por causa do meu excesso de bebida e festas. O tempo passou e nos contactamos novamente e dissemos: “vamos tentar mais uma vez”.
Na mesma semana em que voltamos a namorar, Marcos me convidou para a comemoração do aniversário da mãe dele. Seria no dia 13 de agosto de 2011. Eu aceitei o convite. Na manhã de domingo, no dia da comemoração, ele me ligou dizendo que íamos à igreja para o aniversário de sua mãe. Ele me pediu para usar o vestido mais comprido que tinha, os menores brincos e cobrir o lado em que meu cabelo estava raspado. Fiquei furiosa porque ele estava tentando me dizer como me vestir e não me deixaria ser eu mesma. Disse a mim mesma que não queria mais ir, mas não pude, porque sou uma pessoa de palavra e já tinha aceitado ir. Brigamos no carro durante todo o trajeto para a igreja. Mas isso não me impediu de ir, pois Deus tinha um plano e um encontro comigo naquele dia.