17/07/2019
Dos Nossos Arquivos - As Palavras Certas

(Publicado originalmente em 13 de outubro de 2015) Pelos padrões existentes, esta senhora nasceu em uma situação desesperadora. Seus pais eram negligentes, seu pai era autoritário, e sua mãe introvertida.

Após décadas de uma vida sem Deus e sem esperança de salvação, um simples comentário feito por um estranho produziu uma faísca que acabaria por mudar uma vida de miséria para a vida de uma santa de Deus.

Quão importantes são suas palavras mais insignificantes? Após ler isto elas poderão significar muito mais do que você imagina. Aqui está seu testemunho.

Nasci numa família muito pobre de oito irmãos. Meu pai era um trabalhador dedicado com um temperamento ruim. Ele trabalhava, mas desperdiçava seu dinheiro, e muitas vezes era negligente em prover até mesmo o mínimo indispensável. Não fomos mandados para a escola, mas mantidos em casa e tampouco lá fomos instruídos. Vivíamos muito isolados. Meu pai batia em minha mãe e em nós, crianças, desde tão jovens quanto me lembro. Minha mãe, compreensivelmente, era deprimida e introvertida.

A certa altura minha cabeça inteira era um emaranhado de confusão completamente grudado na minha cabeça. Meus irmãos e eu remexíamos em lixeiras, e as crianças do bairro nos xingavam. Muitas vezes eu ficava triste pela minha mãe e com raiva do meu pai. Quando me tornei pré-adolescente, eu estava seguindo por um caminho que com certeza terminaria na minha destruição.

Certa noite, enquanto estava na casa de um membro da família, tomei uma overdose tentando simplesmente adormecer para sempre. Tomei um frasco de comprimidos e bebi um vidro de xarope para tosse que causa sonolência. Um irmão me encontrou no chão, fui levada para o hospital e fizeram uma lavagem estomacal. Estive por um tempo em dois hospitais psiquiátricos e fugi de casa. Finalmente fui removida de casa e colocada em um lar coletivo para crianças. Perdi todas as pessoas que conhecia.

Isso me fez sentir como se eu fosse ainda mais inútil. Eu estava mais do que com raiva. Não tinha vontade de viver porque já tinha percebido que a vida era difícil demais. O que realmente complicou o caso foi que meu pai era um homem muito religioso. Ele podia citar a Bíblia de ponta a ponta. Isso me deixou com raiva de Deus. Eu estava com muita raiva e concluí que Deus devia me odiar ao permitir que essas coisas acontecessem comigo e minha mãe e irmãos. Eu achava que todos os homens que afirmavam ser cristãos dominavam e batiam em suas esposas. Então concluí que Deus não existia mesmo.

Eu carregava muita dor e logo descobri que o único escape para isso era o pecado... Com pouco mais de 20 anos casei-me com um homem que compartilhava muitas das qualidades do meu pai. Fiquei casada pouco tempo, então me divorciei dele.

Vivi em pecado daquele ponto em diante. Continuei com a automedicação no decorrer dos meus 20 anos e após completar 30... Não importava o que eu tentasse, nada fazia qualquer parte disso ter sentido para mim. Comecei realmente a perder a esperança em mim mesma. Eu ainda levava comigo a forma como me sentira todos aqueles anos de criança e então como adolescente, sentindo como se não fosse amada. Agora tudo estava simplesmente encoberto com anos de abuso de drogas e más escolhas. Sentia-me como se a única pessoa com quem eu pudesse contar era comigo mesma, e eu era imprestável. Sentia-me desesperada e como se não houvesse sentido em viver. Morei numa barraca e passei por profunda depressão. Não tenho palavras para descrever quão perto da morte eu vivi.

Foi então que Deus começou a tratar comigo. Gostaria de dizer que me rendi imediatamente, mas fugi. Um dia eu estava profundamente perturbada e chorando. Clamei em voz alta: “Por que não posso simplesmente ser feliz?” Então, tão certo como estou digitando agora, senti algo dentro de mim dizer: “Você nunca vai ser feliz vivendo dessa maneira, porque Eu não a fiz para viver dessa maneira.” Não foi uma voz audível, mas foi uma voz. Não posso explicar, mas ainda é tão real para mim agora como foi então. Eu SABIA que era Deus.

Pela primeira vez na vida eu vi quão sujos eram os meus pecados. Percebi quão desesperadamente precisava de Deus e fiquei sabendo que Ele não era de modo algum o Deus que cresci pensando existir e que então negava. Eu ainda não O entendia, mas sabia que precisava Dele. Eu precisava Dele mais do que alguma vez precisei de algo ou alguém.

Eu não sabia o que fazer. Estava inquieta. Comecei tentando barganhar com Deus. Era muito difícil abrir mão daquele controle. Ele continuou a tratar comigo. Anos antes meu pai me havia dito que Deus não ouvia minhas orações, então parei de orar na minha adolescência, porque acreditei nele. Eu disse a Deus que iria me abster dos meus pecados, mas não seria uma hipócrita frequentando à igreja. Deus tinha planos diferentes para mim.

Uma irmã mais nova ia a um funeral de alguém que havia frequentado sua igreja, de modo que a levei de carro até lá. Fiquei na parte de trás da funerária e cruzei os braços. Olhei para todos com seus vestidos e cabelos compridos e concluí que todos estavam me julgando. O diabo estava realmente lutando pela minha alma.

Eu tinha ficado lá e quase me convencido de que tinha sido uma decisão ruim, quando este homem de pé ao meu lado se moveu para o lado para deixar alguém passar e me disse “com licença, irmã”. Foi como se ele não visse que meu cabelo tinha, na melhor das hipóteses, dois centímetros e meio de comprimento, ou que eu usava calças compridas e maquiagem. Sua gentileza para comigo me fez ter de admitir que ele tinha algo que eu queria. Ele tinha o amor de Deus no coração.

Isto suavizou meu espírito o suficiente para que eu escutasse o que o pregador estava dizendo, e ele estava dizendo algumas coisas duras, mas senti que as coisas que ele estava dizendo eram verdade. Fui à igreja com minha irmã por algumas semanas. Eu disse: “Tudo bem, eu vou, mas não acredito que Deus se importe com o que eu visto, por isso vou de calça comprida,” e fiz isso. Na época, eu nem sequer tinha saia.

Certo dia o pregador falou sobre o castigo que nos traz a paz. Foi como se estivesse falando diretamente comigo. Quando fez um chamado ao altar, fui para o altar tão rápido quanto pude. Foi como se algo me tivesse levado até lá. Chorei e chorei, mas não foi como nenhuma outra vez em que tinha chorado. Eu estava entregando tudo para Deus. Quando me levantei daquele altar, eu era uma mulher diferente. Mal conseguia esperar chegar em casa para tirar fora da minha casa as calças compridas.

Fui para casa e me livrei de tudo o que eu achava que era desagradável ao Senhor. Joguei fora um monte de coisas e fiquei tão feliz por isso. Voltei a trabalhar naquela segunda-feira, e meu chefe me perguntou se eu estava drogada. Pela primeira vez em muito tempo, eu não estava. Ele me disse que eu tinha perdido minha vivacidade e parecia que estava de cara lavada sem maquiagem e sem o cabelo espetado. Ele me perguntou quem me havia dito que era errado espetar o cabelo, e eu lhe disse que ninguém me havia dito que era errado, simplesmente eu sentia que era errado. Ele riu de mim. Entretanto, eu estava feliz. Nem me importei com o que ele pensava.

Saí do seu escritório e orei por ele. Eu ficava sentada no meu carro no intervalo do almoço e esperava as pessoas saírem da loja. Então eu guardava o carrinho delas, só para ter desculpa de dizer “Deus abençoe” para elas. Eu queria contar absolutamente a todos o que o Senhor tinha feito por mim. O fato das pessoas não conhecerem a Deus fazia meu coração doer.

Passados três anos eu já travei muitas batalhas. Ganhei algumas e perdi algumas. Aprendo com cada uma a depender de Deus. Eu tinha tanta raiva por causa da minha criação, mas quando olho para trás agora, vejo a mão de Deus em minha vida o tempo todo. Tantas coisas que eu não entendia foram exatamente as que me trouxeram para onde eu precisava estar. Aprendi exatamente o oposto daquilo de que estava tão convencida ser a verdade antes de conhecê-Lo. Não sou a única com quem posso contar. Quando tento fazer as coisas sozinha eu estrago tudo, mas quando dependo Dele, sinto uma paz nunca antes sentida. O mundo não tem absolutamente nada para mim!

Não há nada além de angústia e dor lá fora, mas somente Nele encontro uma paz que nenhuma droga jamais poderia produzir. Todos os dias me maravilho com Seu amor por mim, apesar de ser tão indigna. Quando olho ao redor e vejo quão fortes eram muitos dos espíritos que me amarravam, sei que não foi nada menos do que Sua Sublime Graça que me libertou. Agradeço ao Senhor por salvar minha alma e por me revelar o Elias para esta era. Como o cântico tão belamente declara: “Ele me conhecia e mesmo assim me amou!

Anônima