18/07/2019
Dos Nossos Arquivos - À Espera de Elizabeth

(Publicado originalmente em 9 de maio de 2015) Esta família recebeu uma notícia desoladora dos médicos sobre a filha que ainda não havia nascido, que poderia deixá-los quase sem esperança de uma vida normal. Eis a primeira parte do testemunho do pai.

Minha esposa ficou grávida enquanto ainda estávamos no Gabão (África). Pouco tempo depois, antes de ir para os EUA, iniciamos uma viagem de quase 10 dias para a África Oriental. Na tarde do dia 25 de agosto, algumas horas antes de embarcarmos rumo ao nosso destino, minha esposa fez uma ultrassonografia em um hospital de Kigali, Ruanda. O médico nos disse que teríamos uma menina. Ele não conseguiu ver o sexo da criança, mas disse que nesta fase da gravidez, já é evidente quando é menino. Devido à posição do bebê, ele concluiu que era uma menina. Naturalmente, fiquei muito contente, pois desde o começo dizia a minha esposa que queria que Deus me desse uma menina. Naquela época, pensei em colocar o nome de "Elizabeth".

Chegamos aos EUA no dia seguinte, e alguns dias depois, fomos ao hospital para iniciar os exames de pré-natal. Fomos a muitas consultas e fizemos várias ultrassonografias. Nós pensamos que era um procedimento completamente normal. Lembro-me de que um irmão e sua esposa nos perguntaram por que fazíamos tantas ultrassonografias. Respondemos que estávamos apenas seguindo as instruções dos médicos. Foi quando, no fatídico dia 31 de outubro, na nossa enésima consulta, a enfermeira nos perguntou: “Vocês sabem por que estamos fazendo tantas ultrassonografias?” Eu respondi que não, e que gostaria que ela nos dissesse o porquê. Ela respondeu: “Seu bebê tem uma malformação genital, e por causa disso, não é nem menino ou menina, mas ambos”. Minha esposa começou a chorar enquanto eu tentava entender.

Como a data do nascimento estava próxima, marcaram a próxima ultrassonografia para 26 de novembro para ver se haveria alguma mudança. Então, pedi à enfermeira que nos mostrasse os vídeos dos últimos exames de ultrassonografia. Ela chamou um médico e ele veio para mostrá-los. Vendo a tristeza da minha esposa, pedi que fizessem outra ultrassonografia antes do dia 26, e de preferência o mais breve possível. Eles marcaram para o dia 6 de novembro. Naquele dia, havia pelo menos três médicos na sala, e nos mostraram a anomalia na tela.

Eles propuseram nos colocar em contato com associações que cuidam desse tipo de criança. E tentavam nos consolar dizendo: “São crianças normais que vão para a escola como todo mundo e são boas alunas, e receberíamos o apoio necessário, e que tivemos a sorte de estar nos EUA em tal situação”. Eu lhes disse claramente NÃO, e que me recusava a contatar essas pessoas mencionadas, porque o bebê que estávamos esperando era uma menina, apesar do diagnóstico deles.

Naquele dia, quando saí do consultório, liguei para um irmão e disse que precisava entrar em contato com o irmão José Branham (para pedir oração). O irmão disse que eu poderia ligar para Jeffersonville e deixar meu pedido na secretária eletrônica.

Foi uma fase muito difícil, orávamos todas as noites e manhãs e constantemente ouvíamos o profeta. Fui chamado ao hospital e os médicos disseram que queriam que minha esposa fizesse alguns exames. Eles teriam de realizar uma punção na barriga para extrair um pouco do líquido amniótico, para analisá-lo e saber o que causou essa malformação. Perguntei-lhes se este exame resolveria o problema, e disseram que não, só queriam investigar. Não permiti que minha esposa fizesse esse exame.

Alguns dias depois, eles me ligaram para falar com um pediatra. Disseram que ele faria o acompanhamento do meu bebê após o nascimento. Minha esposa e eu o encontramos, e durante nosso encontro ele nos disse que também era cirurgião, e que tratava desses tipos de casos, e nos disse que, com nosso consentimento, poderia operá-lo quando nascesse.

Se quiséssemos que o bebê fosse menina, ele removeria a parte masculina e se quiséssemos que fosse menino, faria o oposto. Ele também disse que a provável causa da anomalia era um problema hormonal. E que tiraria uma amostra de sangue da criança quando nascesse para analisá-la, e se um problema hormonal fosse confirmado, ela teria de tomar medicação diariamente pelo resto da vida para sobreviver.

A cada consulta, eu me sentia pressionado pelos médicos, então respondi ao cirurgião: “Doutor, agradeço todas as suas propostas; mas quero que saiba que meu bebê não será operado, porque estamos esperando uma menina e eu lhe dei o nome de Elizabeth. Eu sou cristão e creio no Senhor Jesus Cristo. Creio de todo coração que Ele resolverá o problema do meu bebê”. Então, saímos do consultório, planejando nos encontrar novamente no dia do nascimento, que era 7 de janeiro de 2015.

Devido ao tamanho do artigo, amanhã publicaremos a outra metade do testemunho do irmão Fernand.